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terça-feira, 3 de junho de 2014

Resenha - "Cidades de Papel", do John Green


Título Original: Paper Towns
Título no Brasil: Cidades de Papel
Autor: John Green
Editora: Intrínseca


O livro Cidades de Papel é centrado em Quentin (ou apenas Q), um garoto normal que está no final de seu último ano do colégio. Q é apaixonado por sua vizinha e colega de escola, Margo Roth Spielgelman - que, apesar de já ter sido amiga de Q quando mais nova, atualmente não dá muita bola pro garoto. Margo é uma das meninas mais populares da escola, e conhecida por suas várias aventuras e trotes (inclusive já ter fugido de casa inúmeras vezes, deixando pistas complicadíssimas de seu paradeiro). Até que num dia que tinha tudo pra ser normal, Margo convida (ou melhor, recruta) Q para ajudá-la a cumprir algumas tarefas durante uma noite - e ele aceita. No dia seguinte à aventura, porém, Margo mais uma vez foge de casa - aparentemente sem deixar pistas dessa vez. Quentin parte então numa investigação para tentar reencontrar sua vizinha, sendo ajudado pelos colegas de escola Ben, Radar e Lacey.



Minha Opinião:


Por favor, se você ama John Green cegamente e/ou não aceita opiniões contrárias, não leia a partir daqui. Ah, e pode ser que o texto tenha alguns spoilers, mas tentarei não fazer isso.

Fala sério. Da ONDE surgiu todo esse AUÊ em torno do John Green?

Cidades de Papel foi o terceiro livro do autor que eu li. O primeiro foi a culpa é das estrelas, lindo, triste, tocante, bem elaborado. O Segundo foi “Quem é você, Alasca?” um livro que não me tocou da forma como eu esperava (você pode ler a resenha aqui). Até aí, eu ainda não estava preocupada, porque sei que não é sempre que gostamos de todos os livros de um autor.
Mas depois de ler “Cidades de Papel”, minha opinião sobre o autor se consolidou. Não que John Green seja um mau autor, ele simplesmente NÃO SERVE PRA MIM. Cidades de Papel parece ser “Quem é você, Alasca?” reescrito. Calma, calma, você leu certo, mas deixa eu explicar minha opinião.
A mesma história se repete: o menino (Gordo ou Q) meio sem graça, bobo, certinho, sem personalidade, nada de mais, que se apaixona\sempre foi apaixonado por uma menina (Alasca ou Margo) que é linda, maravilhosa, popular, maluca, super diferente do resto do mundo, com personalidade forte, segura de si, mas também com problemas pessoais. Não esqueça do toque especial da receita: um pouco de filosofia. Em “Quem é você, Alasca?”, há muita discussão acerca de Religião. Já em “Cidades de Papel”, a filosofia gira em torno de como as pessoas são feitas de papel, isto é, tem apenas duas dimensões, lhes falta profundidade. Ah, vale ressaltar que tanto a Alasca quanto a Margo também sofrem por um mesmo motivo: elas acham que as pessoas gostam delas pelo que elas aparentam ser, e não pelo que elas realmente são… Elas acham que ninguém as conhece verdadeiramente… Isso poderia ser um tema bem interessante, mas é pouquíssimo explorado nos livros, e se torna algo assombrosamente… superficial! A imagem que eu tenho de Margo e Alasca, ao ler os livros, é de meninas muito imaturas, egocêntricas, que gostam de ser o centro da atencão.

Acho que o problema verdadeiro desses dois livros do John Green é que o grande foco é um personagem feminino em crise, mas em nenhum momento conseguimos entender ou aprofundar os sentimentos dessa personagem. Ficamos presos com os meninos obcecados/perdidamente apaixonados por elas. E tanto Q como Gordo, na minha opinião, possuem personalidade tão rasa que parecem a mesma pessoa. A vida deles (e o papel deles na história) é ser apaixonado pela menina. É como assistir um conto de fadas da Disney sob o ponto de vista do Príncipe: ninguém sabe nem o nome deles, o que eles fazem, o que eles gostam, quais são os dramas do pobre coitado do príncipe. Eles só aparecem na história pra resgatar a princesa (a diferença é que nos filmes da Disney eles sempre conseguem hehe :P). Ninguém nem entende qual foi o fator que fez eles se apaixonarem pela princesa, vai entender.


E não para por aí. O John Green faz OS PIORES FINAIS DE LIVROS. Além dele ter um timing terrível (o livro acaba ou antes ou depois do que deveria), Cidades de Papel teve um dos clímax mais broxantes que já li… Acabei o livro e pensei “é sério que é isso? Só isso?”. Decepção foi apelido!


Eu provavelmente serei apedrejada, e peço desculpas antecipadamente. Sim, eu concordo que a escrita dele é ótima, super fluída, que você nem sente o tempo passar. Mas na minha opinião e pra minha experiência de vida foram livros rasos, que não me acrescentaram em nada. Para mim, há diversos outros autores que também tem o mesmo público alvo, com histórias leves, rápidas e fáceis de ler e que não me deixam essa sensação de embrulho no estômago de quando eu leio John Green.


Alguém NO MUNDO não curte John Green? Ou ao menos teve a leve impressão que esses dois livros eram a mesma história reescrita? Vocês acham que vale a pena ler Teorema Katherine (só pelo nome eu vou apostar não)?

14 comentários:

  1. Olá, gostei muito da sua resenha e achei seus comentários divertidos. Já li A Culpa é das estrelas (personagens com câncer, narrado por uma garota) e Quem é você, Alasca? (personagens saudáveis, narrado por um garoto, demorei um tempo pra digerir e gostar mais do livro).
    Ganhei "Cidades de Papel" e lerei em breve; acho que o excesso de expectativa em cima dos livros do John Green podem fazer com que alguns leitores se decepcionem com os livros, que me parecem ter histórias simples e profundas ao mesmo tempo. Talvez todo esse destaque sobre o autor seja por todos os seus livros terem sido lançados no Brasil em um curto espaço de tempo.

    Sorteio do livro "A linguagem das flores no blog", participe: petalasdeliberdade.blogspot.com .

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    1. Concordo com você, talvez a fama monstruosa que ele ganhou por ACEDE tenha feito a gente esperar demais dos outros livros, e nos decepcionar... Mas honestamente eu acho o autor bom mas realmente não serve pra mim, já meio que desisti hahahah Mas espero que pra você a leitura seja mais agradável :)
      beijos e obrigada pela visita!!!

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  2. Caramba. Eu concordo contigo. Achei cidades de papel bem fraco, superficial e com um anticlimax no fimal. Quase tão brochante quanto o final do amanhecer ahsihsuahau. Na verdade ate mesmo a culpa é das estrelas segue o mesmo padrão, com amontoados de cliches... pra mim o livro nao eh de todo ruim. So nao merece todo esse aue... e ele lembra o nicholas spark com toda sua formula pronta. ..

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    1. Gaby, eu ia colocar na resenha essa comparacão com amanhecer, a gente pensa igual, que medo!!! Não acho o livro de todo ruim, mas tem tanta coisa mais interessante que eu quero ler que acho que esses livros seriam dispensáveis!! Lembra um pouco o que as pessoas falam sobre Paulo Coelho tbm, mas nunca vi nada dele então não posso confirmar...

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    2. Ou talvez seja a idade? Tipo, para o público adolescente o livro realmente faça mais sentido... Mas concordo, tem tanta coisa melhor pra gente ler... Até alguns desses 'ya' valem mais a pena... E concordo (assustador) o livro não é de todo ruim... Só não é tudo isso... O que é uma pena, pois outros autores e outros livros com mais qualidade podiam estar tendo todo esse destaque... Até vou pegar pra reler A Culpa é das Estrelas, pra ver se vale tudo isso mesmo, hehehee

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    3. Ah, eu adoro YA (e tu sabe hahah), e não gostei mesmo assim... Nem vou reler a culpa é das estrelas, vá que eu não goste na segunda lida, #medo HAHAHAHHA

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  3. Já li esse livro e achei-o muito bom!

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    1. oi! Que bom que você gostou do livro. Nenhum livro é unânime, e acho que isso é muito legal. O que agrada alguns não agrada os outros ^^
      beijos e obrigada pela visita!!

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  4. Estou lhe aplaudindo em pé .Até que fim uma pessoa sã nessa vida que não seja a protetora do John .Concordo com você ,o John mesmo sendo a escrita bem e fluida ,não passa disso .Os romances dele são algo ,confuso e que não traz nenhuma emoção ao ler .Acho que ele foca muito na garota e deixa os outros personagens sem foco algum .Todos amam e choram ao falar do livro A Culpa é das estrelas ,mas eu infelizmente não senti nenhuma emoção ,mesmo com aquele final .Infelizmente não sinto nenhum sentimento ao ler os livros do John .E para mim ,livros tem que transmiti alguma emoção .E infelizmente isso não acontece quando eu leio algum livro dele! .Tenho o livro Cidades de papel ,mas não sinto nenhuma vontade de ler ele ainda .Pois como você disse ,tem bastante livros melhores que a dele ! .Mas não tenho nada contra o autor ,só acho exagero essa fama toda que ele tem ...
    Gostei bastante da resenha amore .
    Beijinhos e obrigada pela visita e volte sempre <3
    http://chuvaelivros.blogspot.com/

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    1. Aiiiiiii <3 Muito muito obrigada pelo seu comentário!!! Concordo que ele só dá valor pra garota e todos os outros personagens ficam perdidos!
      Sim, livro tem que provocar emoções no leitor, e não é todo livro que provoca emoções em todo mundo. Eu entendo que pra bastante gente os livros do John Green façam sentido, mas não pra mim! E que bom que não estou só! :D
      Eu que agradeço pela visita! Beijos beijos

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  5. Ainda não li Cidades de Papel, mas sobre Quem é Você, Alasca? até o momento é o que eu mais gosto do autor. Sobre A Culpa é das Estrelas não é isso tudo que dizem por aí, o livro é bom, mas não é o melhor do mundo. Também não entendo todo o "auê" em torno de Green, existem autores bem melhores que ele, gosto da escrita fluida que ele tem e gosto dos livros dele porque leio rápido e acompanho bem a trama, mas ele não é o melhor do mundo.

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    1. Mayse, concordo com você em tudo! (exceto sobre "Quem é você, Alasca?" que eu não curti muito.
      O autor ganhou muito destaque, exagerado até, e tantos outros tão bons quanto ou até melhores ficam na surdina. Uma pena!!
      Beijos e muito obrigada pela visita e pelo comentário :)

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  6. Acho a escrita do John boa, como você citou na resenha: é fluída. Não recomendo que leia Teorema Katherine porque foi o segundo livro do John que li após A culpa é das estrelas e, sinceramente, não poderia me arrepender mais! Tive aquela fase em que tudo era "Okay? Okay!", foi uma paixão quase cega pelo trabalho do autor... queria ter todos os livros, mas não foi uma experiência muito boa depois de O teorema. O livro é parado, o enredo é: Um menino nerd e um amigo que saem pelos arredores da cidade depois de uma decepção amorosa. Acredite, o livro fica nisso até quase as últimas páginas quando finalmente há um pouco de ação. Gostei muito da resenha, finalmente alguém que traga um pouco de opinião verdadeira sem medo da repercussão.

    http://infindoliterato.blogspot.com.br/

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    1. Érica, vou seguir seu conselho e não vou ler Teorema Katherine (pelo menos não em um bom tempo, talvez em outro momento essas leituras me agradem mais...)
      Eu entendo bem sua decepção, foi como eu me senti quando li "Quem é você, Alasca?"... Decidi dar mais uma chance pro autor e ler Cidades de Papel e me arrependi!!
      Aiiii muito obrigada!! Fiquei com medo de que ninguém tivesse se decepcionado com o autor, como eu. É muito bom ver que não fui a única! (senão me sentiria muito ET, hahaha)
      beijos e muito obrigada pela visita e pelo comentário <3

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